segunda-feira, 8 de novembro de 2010

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ensaio Sobre a Cegueira

Imagem feita no auditorio da ULBRA para ilustrar
resenha do filme Ensaio sobre a Cegueira

     O filme Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness) de direção de Fernando Meirelles com a atriz Julianne Moore como atriz principal e com participações de Danny Glover e Gael García Bernal é um filme tenso, confuso, misterioso, instigante, cativante, revoltante.
     Esse é um filme sensível, dramático que leva o espectador para dentro da história, sentindo repugnância e revolta. Com as cenas do filme você já começa a ficar perturbado com a fotografia. Cenas desfocadas deixam a sensação desconfortável do que seria não poder enxergar normalmente. Ao decorrer do filme vai se tecendo uma teia de fatos que fazem a trama ficar cada vez mais densa.
     Os cortes das cenas e a cegueira nos é mostrada na cor branca, diferente da que imaginamos que é escura. Os cortes são feitos ao contrário que estamos acostumados a ver de que a tela vai escurencedo e tem o corte para outra cena, eles acontecem com a tela embranquecendo com um trilha que ajuda a aumentar o clima de suspense do que irá acontecer em seguida. Na quarentena que mais parece um campo de concentração, as pessoas que antes enxergavam agora têm que adaptar-se a nova condição, ver o mundo com outros sentidos.
     A sacada do filme foi expor cada segmento da sociedade neste dilema moral e ético, pois conseguimos ver bem várias profissões de destaque. Assim englobando a todos sem distinção. Desde uma prostituta a um médico, passando por cargos importantes de corporações.
     A situação faz com que as pessoas que foram contaminadas sejam isoladas em quarentena, que se percebem completamente ignoradas pela sociedade, sem comida ou cuidados médicos, levadas ao limite da essência humana. Misteriosamente, uma única mulher, a personagem de Juliane Moore, que está na quarentena não é infectada, tornando-se quase como uma mãe, com senso de responsabilidade ela conseguiu se doar ao extremo aos que precisaram dela nas mais variadas situações. Foi imparcial com todos, mesmo quando o seu marido estava no contexto de algum problema. Foi delicada e sutil com uma criança que não tinha o porto seguro de uma mãe, e justiceira quando matou um déspota a tesouradas. Fazendo prevalecer que apesar da serenidade de ações somos primatas.
     O filme se aproxima do final, a ira cada vez maior, e simplesmente a idéia de como filme vai terminar não passa por nossas cabeças. E mais ainda, nos fazendo refletir sobre a questão de olhar com os olhos sem ver realmente, a cegueira simbólica que acomete a sociedade de hoje que não enxerga o que não convém.




Trailer do filme

http://www.youtube.com/watch?v=tNvcSDbUD7A&feature=fvst

Universidade Luterana do Brasil - ULBRA - Canoas
Professor: Fernando Pires
Disciplina: Fotografia Documental
Aluno: Samuel Broch